Nota aos Conselhos Superiores da UNIRIO
Nós, servidores Tecnico-Administrativos em Educação da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO, dirigimo-nos a este egrégio Conselho para manifestar nossa preocupação com a atual situação de constrangimento, denuncismo e divisão das categorias que compõem o cenário da educação superior no Brasil.
Gostaríamos de registrar que, perante as Leis e os diversos controles que lidamos no dia a dia do nosso fazer profissional, o que nos diferencia não são os títulos, nem as credenciais acadêmicas, e sim os princípios éticos na condução do agir no serviço público.
Neste sentido, no último dia 29 de agosto, em assembleia da categoria de Técnicos Administrativos em educação da UNIRIO conduzida pela ASUNIRIO, foi aprovada por unanimidade, uma moção em apoio a nossa colega de trabalho Wanise Lins Guanabara, servidora há 38 anos desta Universidade e que sempre pautou sua atuação profissional obedecendo a legislação, as regras institucionais e os princípios éticos que regem os servidores públicos. Wanise enquanto pró-reitora de administração da UNIRIO sempre cumpriu e fez cumprir as obrigações a que todos nós, servidores públicos, estamos subordinados. Se por algum motivo sua conduta precisa ser verificada, que isto seja feito sem pré-julgamentos, com isenção e respeitosamente.
Estamos acostumados, no exercício de nossas funções, a observar as leis, evitar os conflitos de interesse e agir sob os princípios éticos que conduzem o SERVIDOR PÚBLICO. Desta forma, procuramos fornecer as condições físicas, estruturais e materiais para a formação dos futuros profissionais que irão conduzir este país, cuidando para que o ensino, a pesquisa e a extensão possam ser executados da melhor forma possível, muitas vezes fazendo milagres para garantir a sobrevivência desta instituição chamada universidade. Universidade integrante de um sistema educacional combalido, que só há pouco tempo teve seu acesso ampliado a camadas menos favorecidas da sociedade. E talvez por isso, vem ardendo física e moralmente.
Nós, que muitas vezes assistimos calados a violência a que a classe de servidores públicos vem sendo submetida nos últimos anos, sofremos todo tipo de desclassificação social e demérito por parte de políticos que nos classificam como marajás, preguiçosos, gestores incompetentes e mais recentemente como criminosos, nos submetendo a um sofrimento moral e a perseguições jurídicas e policiais.
Hoje nos posicionamos pela defesa de uma colega de trabalho que, antes de qualquer coisa, merece respeito. Respeito pelos anos de sua vida dedicados a esta instituição, respeito pelo momento difícil por que ela está passando, tendo sua vida exposta, como combustível para um momento político nefasto que, acreditamos, só foi visto nos anos de chumbo da ditadura militar. As universidades públicas brasileiras, por meio das Comunidades Universitárias, precisam resistir e exigir respeito.
Neste sentido, solicitamos que conste em ata desta reunião do Conselho, a manifestação de apoio a esta profissional que sempre se destacou no âmbito desta universidade pelos seus brilhantes feitos.
O esquecimento também é uma forma de desrespeito.